Norte

Benevides

"No futuro justo há liberdade de ser, ver, agir e pensar e a natureza é reconhecida como digna de direitos"

"No futuro justo a fome de pão e beleza são saciados."

"Em futuros justos as portas e janelas são abertas, com todos os seres, todo o universo interligado."

Representamos o futuro justo com portas e janelas abertas, pois temos que envolver tudo. Estamos todos interligados. O futuro justo se faz hoje — não é só para não é só para gerações, mas é para o presente. O futuro não é um lugar distante: ele amanhece a cada dia, atravessa nossos corpos e pede decisão. Somos constelações interligadas — gente, animais, rios, floresta, o visível e o invisível, o biótico e o abiótico. Cuidar do todo é cuidar de si; cuidar de si é condição para cuidar do todo. Partimos desse elemento para cuidar da casa comum. Nós fazemos parte dessa casa comum a partir das nossas relações, a partir do nosso dia a dia, o tempo inteiro, com a ideia, com as pessoas que estão ao nosso redor, com as famílias. Queremos um futuro com amor e cuidado pelas pessoas. O futuro é coletividade. Tem um ditado em iorubá que diz que para uma criança ser uma criança, precisa de uma comunidade inteira. O futuro é o viver a ação e não sobreviver por sobreviver. No futuro, queremos que nenhum ser humano morra por falta das necessidades vagas. Pensar no futuro justo começa com as pessoas tendo comida na mesa, tendo o mínimo de dignidade de vida, para que elas possam também ter os melhores sonhos, ter apoio, ter o poder, ter coisas das quais nunca pensamos. O futuro da nossa geração, dos nossos descendentes que ainda virão, é o cuidado com o solo, o cuidado da terra, cultivar, e dar continuidade àquilo que o nosso antepasado já fazia. A praticidade moderna nos mata. Tudo é tão bonito, mas está envenenado. Quando a gente cuida do que plantamos cuidamos da nossa vida. Se quisermos viver nesse colapso, precisamos cuidar da terra, pois ela e a floresta gritam… como se a gente tivesse em cima de algo que vai explodir por que não está mais suportando, tanto é o descaso que nós provocamos. Um futuro onde haja a superação do Estado, a superação da visão colonial que vê a natureza como mercadoria. Existimos porque a gente quer existir. Insistimos para que outros existam com dignidade. Que tenham: Fome de pão e de beleza, ambas saciadas. Sem morte, sem opressão, sem racismo, sem o comando do dinheiro. Sem divisão sexual do trabalho. Sem criminalização de quem defende a vida. Com justiça para as violações. Com liberdade e segurança para se expressar. Com escuta — ouvindo o pequeno murmúrio. Com respeito ao meio ambiente e à diversidade. Com cidades humanas e sustentáveis. Com tecnologia para a vida e o bem-viver. Com espiritualidade. Com um canto de regeneração. Futuro justo é viver — e viver junto. Agora. Com as portas abertas. Em constelação.

Participantes
Turi Omonibo, Raissa Almeida, Alan, Miguel Dantas, Darlene Braga, Darcilene, Mauritius Cleberix, Nazaré Reis, Lucimar Moraes

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