Norte

Belém

“O futuro é um lugar onde todas criaturas são respeitadas e a coletividade constrói novos caminhos”

“Um futuro é justo quando um território é soberano ”

“Em um futuro justo as crianças são ouvidas, bem-vindas e participantes e mulheres podem caminhar sem medo”

O futuro justo nasce na compreensão da história e memória que hoje os trabalhadores realizam com dignidade. Um futuro justo é um lugar onde todas as criaturas — humanas e não humanas — são respeitadas, onde a coletividade constrói caminhos novos. É quando o ser é soberano, com igual direito, influência e possibilidade de existir, independente de fenótipos, da geografia, da fé, do dinheiro. Futuro justo é responsabilização. É cuidar das repercussões dos nossos atos sobre o outro, sobre a terra, sobre a água, sobre o tempo. É liberdade para que o verdadeiro eu não seja silenciado pelos preconceitos nem pelas violências. Futuro justo é sinergia. Nada pode florescer isolado. As coisas precisam acontecer juntas — o simultâneo é a revolução. Trabalho, descanso, cuidado, arte, afeto, política, alegria: tudo isso precisa pulsar ao mesmo tempo, no mesmo corpo coletivo. Futuro justo acontece quando os territórios se tornam soberanos em identidade e gestão coletiva, que respeita as especificidades dos seres vivos e paisagens que ali residem. É quando as águas voltam a correr livres, as sementes voltam à terra, e os corpos voltam a ter onde morar. Futuro justo é corpo e moradia. Casa digna para artistas, mulheres, pessoas putas, para que as infâncias possam ser cuidadas, para que as crianças cresçam seguras, para que jovens negros e mulheres negras possam envelhecer. Futuro justo é amor visível. Onde mulheres possam se amar em público sem medo. Onde a cidade seja habitável, com água potável, com riso, com música, com dança. Porque sem dança não há revolução. Futuro justo é a juventude viva. É o lazer como ferramenta de revolução. É a cultura periférica celebrada, É o direito de existir, sonhar e descansar sem que a vida cobre tão cedo o preço da sobrevivência. Futuro justo é memória e continuidade. É reconhecer que nada começa em nós. Vem da trajetória, das mães e das avós, das mãos que plantaram antes que tivéssemos voz. Somos já ancestrais de alguém. O que veio antes ecoa adiante. Futuro justo é sinergia no agora. Não é um amanhã distante É o convite para mudar narrativas que nos impedem de descansar hoje, e começar a criar espaços seguros, cultivar o que nos alimenta, cuidar de quem nos cuida. O futuro justo não é um sonho individual. É a coletividade em movimento, é o ser soberano no todo, e não no topo. É a felicidade plena da periferia, a infância segura, a água livre, a liberdade. O futuro justo é agora. E começa com todos nós.

Participantes
Jean do Gueto (Jean Ferreira), Maili Veiga, Emanuelly Silva, Jessica Oliveira, Richard Paiva, Suane Barreirinhas, Ruth Costa, Kauê Holm Aris, Bia Viana

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