Nordeste

Escola Família Agrícola Dom Fragoso - CE (Jovens)

“Que possamos ser jovens revolucionários.”

“Espero que no futuro eu esteja com quem eu amo.”

“O que queremos fazer, além de sonhar, é denunciar também. Tudo o que nós falamos são coisas que constitucionalmente deveriam ser garantidas e que não são.”

“UM FUTURO JUSTO É UM FUTURO EM QUE TENHAMOS GANHADO TODAS AS LUTAS PELOS NOSSOS DIREITOS, COMO EDUCAÇÃO, SAÚDE, DIREITO PELA TERRA, LAZER, SANEAMENTO BÁSICO, DESLOCAMENTO. ”

“PENSAR EM UM FUTURO JUSTO É PENSAR O RESGATE DA IDENTIDADE CAMPONESA. ”

“NO FUTURO QUERO QUE OS JOVENS CONHEÇAM AS EFAS. ”

“UM FUTURO JUSTO É UM FUTURO ANCESTRAL E SOBERANO EM QUE CONSIGAMOS COMPREENDER NOSSAS IDENTIDADES E, A PARTIR DELAS, CONSTRUIR UM BEM VIVER EM NOSSAS COMUNIDADES E DE POVOS PLURAIS. ”

“O FUTURO JUSTO OBSERVA NOSSOS ANTEPASSADOS AFRO-INDÍGENAS, PARA QUE POSSAMOS SAIR DA ALIENAÇÃO E VIVER A LIBERDADE NOS VÁRIOS ASPECTOS QUE DEFENDEM AS VIDAS. ”

Para nós, jovens camponeses educados da EFA Dom Fragoso, um futuro justo é um futuro ancestral e soberano em que consigamos compreender nossas identidades e, a partir delas, construir um bem viver em nossas comunidades de povos plurais — originários, afro-indígenas e povos de terreiro. Como juventude, pensamos que um futuro justo é conectar com nossos ancestrais para que possamos sair da alienação que nos é imposta. É ter nossos direitos básicos garantidos, ter acesso a uma educação contextualizada, ter acesso à agroecologia, liberdade religiosa, saúde, terra, água, cultura e harmonia entre os mais diversos aspectos da vida. Um futuro justo para nós é um futuro com igualdade, respeito e harmonia com o próximo, sem racismo, sem machismo, sem homofobia. Para pensarmos um futuro justo temos que pensar desde o início da construção desse futuro. Queremos que os outros jovens também conheçam as EFAs, possam se familiarizar com seus antecessados e possam trabalhar com empatia por aqueles que não tem terra para trabalhar. Que possamos ser jovens revolucionários, que possamos ajudar outras pessoas e que possamos nos respeitar entre si, sobretudo com as com apoio das espiritualidades. Unimos nossas vozes para afirmar os sonhos que nos movem e os princípios que guiam a construção de um futuro justo: Queremos um futuro em que a juventude seja feliz, possa trabalhar no que gosta e viver com quem ama. Desejamos que nossas comunidades sejam reconhecidas, respeitadas e que todas e todos possam desfrutar plenamente de seus direitos. Que possamos ajudar outras pessoas e que possamos nos respeitar entre si, sobretudo com as com apoio das espiritualidades. Um futuro justo é aquele em que conquistamos nossas lutas: educação de qualidade, saúde, saneamento básico, terra, água, moradia digna, lazer, transporte e liberdade de viver a fé e a cultura de cada um. Queremos ter soberania sobre o nosso solo. Nosso sonho é ter acesso à terra e às águas, para produzir alimentos dignos e de qualidade. A agroecologia é caminho de liberdade e resistência: plantar árvores, cultivar a vida, criar sistemas agroflorestais, e cuidar da desertificação. Queremos uma agricultura familiar que produza para as famílias e comunidades, não para o capitalismo. Queremos um fim às queimadas, desmatamento, grande mineração, agrotóxicos e a destruição da fauna e da flora. O futuro justo é agroecológico, sustentável, em conexão com o ciclo da vida. Um futuro justo significa acabar com toda forma de desigualdade, racismo, machismo, homofobia, preconceito religioso ou discriminação por ser, pensar e agir diferente. Nossa cor, nossos cabelos, nossas culturas e espiritualidades são símbolos de resistência, orgulho e luta. Nos reconhecemos como filhos da seca, do semiárido, das lutas camponesas e da herança afro-indígena. Queremos resgatar e valorizar nossas identidades, nossas escolas do campo (EFAs), nossas formas de ser, agir, e pensar, mantendo vivas as histórias de nossos antecessados, para que possamos sair da alienação e viver a liberdade nos vários aspectos que definem as nossas vidas. Queremos que jovens sonhem e realizem coletivamente. Jovens revolucionários, empáticos, que cuidem do meio ambiente, que compartilhem conhecimentos, que participem de movimentos sociais e que inspirem crianças e outros jovens a lutar por seus direitos. Sobretudo, o que nós queremos fazer, além de sonhar a proposta de uma nova sociedade, é denunciar também. Tudo que nós falamos são coisas que constitucionalmente deveriam ser garantidas e que não são. Então, para além de tudo, nós estamos hoje fazendo uma denúncia a um Estado que é criminoso, que diz que garante direitos e nos rouba nas coisas mais básicas da vida. O futuro justo que queremos é daquilo que já nos deveria ser garantido — um futuro de igualdade, respeito, solidariedade, agroecologia, liberdade, memória ancestral e dignidade para todos os povos. Sonhamos com um mundo onde ninguém fica para trás e onde a vida floresça em harmonia entre seres humanos, natureza e espiritualidades. Porque sozinhos sonhamos, mas juntos realizamos.

Participantes
João Pedro Mota , Aurelio Araújo, Carlos Gil Rocha, Samuel Paiva, Luiz Gustavo, Kauane Martins, Ricardo de Souza Débora Damasceno, Natanael Martins, Gabriel Barros, Beatriz Oliveira, Johnathan Alves, Diego Cavalcante Pedro Henrique Araujo, Ana Luiza Cardoso

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