Nordeste

Escola Família Agrícola Dom Fragoso - CE (Adultos)

“Que todos tenham direito a moradia em terra própria, possam produzir alimentos saudáveis, preservar o meio ambiente, e manter a cultura viva, porque em um lugar em que não há cultura, a violência vira espetáculo.”

“Por um mundo onde os povos possam ser livres e soberanos.”

“QUE NO FUTURO HAJA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E FRATERNA COM A NOSSA NOVA ESPERANÇA, COM UM MODO DE VIVER MELHOR, SEM DESIGUALDADE SOCIAL. ”

“O QUE A GENTE QUER DE UM FUTURO À FRENTE É DEITAR NESSA REDE, OLHAR PRA ESSE PASSADO E DIZER, A LUTA VALEU A PENA!”

“NO FUTURO QUEREMOS QUE AS POPULAÇÕES INDÍGENAS PERMANEÇAM AQUI, QUE TENHA TERRA PARA TRABALHAR. QUE A AGRICULTURA FAMILIAR PREVALEÇA, PARA TERMOS UMA ALIMENTAÇÃO DE QUALIDADE, POSSAMOS CUIDAR DA TERRA, DANDO AQUILO QUE A TERRA PRECISA, ASSIM A GENTE VAI PODER VER UMA IMAGEM DESSA, COM PRESERVAÇÃO, COM UM CLIMA BOM. ”

“SE A GENTE NÃO SABE DE ONDE SAÍMOS, COMO É QUE A GENTE VAI PROJETAR O FUTURO, O AMANHÃ?”

Por um mundo onde os povos possam ser livres e soberanos. Nesse novo mundo no qual sonhamos, desejamos um futuro feliz, uma sociedade mais justa e fraterna, com nossa nova esperança, com cosmovisões melhores para nossas famílias e para todos, com um modo de viver melhor, sem desigualdades sociais. Um futuro de acesso gratuito a todo conhecimento e equilíbrio, em que os países não abandonem as crianças, seus filhos, seus ancestrais, criando assim um novo tempo. Desejamos conhecer nossa formação social e as lutas que nos antecederam para que não tenha desigualdade e que todos ajudem uns aos outros, e para que as futuras gerações que são nossas crianças possam viver a vida que toda criança deseja. Se a gente não sabe de onde veio, como é que a gente vai projetar o futuro, o amanhã? Sonhamos um futuro onde a vida florecesse como o mandacaru no sertão: resistente, belo e fértil. Onde, como a fênix, podemos renascer das dores e encontrar luz no fim do poço, e ter fé num amanhã melhor. Queremos um futuro com saúde para todos, salários dignos, casa própria, escolas de qualidade, lazer e prosperidade. Um futuro justo é aquele em que a população indígena permaneça aqui, com direito à terra que merecem. Um futuro em que todos têm sua terra para plantar, colher e viver com dignidade. Por que através da agricultura e da alimentação saudável, cuidado da terra e dando aquilo que a terra precisa, é que a gente vai ter preservação, um clima bom, bem arejado. Tudo isso só se dá por conta de um trabalho feito por nós, agricultores familiares. Indígena e agricultura caminham juntos. Os dois complementam a terra para trabalhar e proteger a floresta em si. Sonhamos com rios limpos, florestas preservadas, fauna protegida e ar puro. Queremos o fim do desmatamento, da caça predatória e das práticas que destroem a biodiversidade. Retirar da terra somente o que a gente precisa, o que a gente necessita. Não para o lucro. Nosso futuro é de harmonia entre rochas, mar, terra, céu, pessoas e todos os seres vivos. Um futuro justo não tem racismo, desigualdade ou discriminação. É um futuro de igualdade social, respeito mútuo, paz entre os povos e valorização dos saberes originários e ancestrais. Um futuro em que não há mais guerra, mas sim um ombro amigo, uma mão amiga, e onde a paz reinará em nossa terra e em nossos lares. Acreditamos que onde não há cultura, a violência vira espetáculo. Por isso, nosso futuro é cheio de cultura viva, celebrações coletivas e solidariedade. Hoje há uma mídia hegemônica, e a gente precisa construir a nossa própria história, a nossa própria narrativa — o que queremos é para onde vamos. Que a música sempre possa nos acompanhar, sempre possa nos animar na caminhada até o entardecer. Rosa Luxemburgo já dizia, não me chame para uma revolução se não tem uma dança. É importante que tenhamos também esse momento de lazer, porque hoje nós temos só trabalho pesado e duro. Para nossas crianças e jovens, queremos um futuro de movimento. Que todas as crianças do mundo tenham o direito a estudar e brincar, pois esse é o bom da vida. O futebol, a convivência e o brincar são caminhos de desenvolvimento e resistência contra a solidão, o sedentarismo e o vício em telas e tecnologias modernas. Enfim, um futuro em que todos possamos viver, comer com fartura, e sentir os aromas e gostos e as cores e perfumes da vida. De volta às origens, não vivendo em um mundo virtual. Desejamos, ao fim, poder deitar na rede e descansar das lutas, e dizer que valeu a pena.

Participantes
Vicente Sampaio, Fabio Silva, Renan Belchior Sergio Nobre, Jairton Paiva, Francisco das Chagas, Francilene Assunção Samir Araújo, Jaison Lopes, Raimundo Mineiro, Lemoel Santos, Leones Dias, Francisvaldo Nascimento, Lucas Martins

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